Grandes nomes da literatura brasileira se aventuraram em produzir textos dramáticos para o teatro. Aconteceu, entre tantos outros, com José de Alencar, Machado de Assis e Gonçalves Dias. Aconteceu também com Castro Alves. De fato, na sua breve existência de 24 anos, Castro Alves foi mais poeta que dramaturgo, porém ele nos deixou três obras para o palco: a principal, e a única encenada, o drama histórico Gonzaga ou a revolução de Minas, um pequeno poema dramático, Uma página da escola realista, e um drama inacabado, D. Juan ou a prole dos saturnos, que estão apresentadas neste volume. Castro Alves teve, certamente, seu interesse pelo teatro despertado por sua relação amorosa com a atriz Eugênia Câmara, para quem escreveu suas peças. Entretanto, sua paixão pela pregação nacionalista e abolicionista se encontra presente nos seus dramas como em suas poesias. Por tudo isso, foi um dramaturgo romântico numa época já de teatro realista.