A Paz é dom do Messias. O povo messiânico deve levar esse dom ao mundo mediante a ética. Essa é a teo-lógica que Emmanuel Levinas elabora a partir do apelo transcendente que passa no encontro com o rosto do outro humano. Uma teo-lógica que é ao mesmo tempo uma metafísica, não pensada como uma onto-teologia de um deus concebido como Ser supremo, mas a partir do apelo ético pelo qual o Incondicionado e Imemorial me atinge no vestígio de sua passagem, quando me confronto com o rosto do outro. Um pensamento que é antes de mais nada Sabedoria, porque não se desenvolve a partir dos conceitos pré-fixados, mas do contato com a realidade irredutível que me atinge no olhar do outro.Esta síntese do pensamento ético de Levinas questiona tanto as fórmulas feitas do pensamento corriqueiro na tradição judaica e cristã quanto a segurança do ateísmo moderno e pós-moderno que pensa ter ajustado as contas com Deus.