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POLITICA DE HABITACAO POPULAR E TRABALHO SOCIAL

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A interdisciplinaridade é o desafio colocado por este livro que tem como tema central a habitação popular e o trabalho social. Os trabalhos aqui reunidos usam diferentes enfoques e campos teóricos e metodológicos no âmbito do Serviço Social, Arquitetura, Sociologia e Antropologia. Ademais, a dinâmica da economia global permeia as análises. Trata-se de uma coletânea de estudos nos planos da teoria e da realidade concreta de casos específicos. Há uma ênfase no papel das políticas públicas relacionadas à habitação popular e, mais especificamente, ao papel do assistente social nas ações de intervenção urbanística. O principal mérito dessa coletânea de artigos é ter um claro eixo estruturante, a saber, a segregação do espaço urbano via favelização, suburbanização e periferização. Outra qualidade do livro é que as análises desses temas transcendem a dimensão territorial (espaço urbano) e desembocam no núcleo duro do mundo contemporâneo. Esse núcleo é marcado pelo fenômeno de globalização econômica caracterizada pela ocorrência simultânea de três processos: crescimento extraordinário dos fluxos internacionais de bens, serviços e capital; acirramento da concorrência internacional; e maior integração entre as economias nacionais. Esse fenômeno tem sido determinado pelas mudanças que têm ocorrido nos mundos da técnica e da política, bem como pelas exigências do próprio modo de produção capitalista. A ruptura do paradigma tecnológico e organizacional criou novas oportunidades de investimento e facilitou o controle de operações em escala global. No mundo da política, o destaque fica por conta da ascensão do neoliberalismo que marcou a "troca de sinais": onde, antes, havia protecionismo, regulamentação, planejamento e empresa pública, agora, passou a ter liberalização, desregulamentação, mercado e privatização. A expansão do capitalismo, por seu turno, exige cada vez mais um mercado ampliado, ou seja, o mercado global. Essas transformações globais, ao mesmo tempo em que geram oportunidades e uma agenda positiva de desafios, também criam e agravam sérios problemas econômicos e sociais, dando, inclusive, novas dimensões às questões urbanas. A China é um exemplo de país que, de uma forma ou de outra, tem sido relativamente bem-sucedido no enfrentamento dessas questões, com destaque para a redução da pobreza e da exclusão social. Por outro lado, há muitos países, com destaque para o Brasil, que foram capturados e submetidos ao "moinho satânico" do mercado global. O resultado imediato e evidente dessa submissão é a maior vulnerabilidade externa das economias nacionais. Essa vulnerabilidade representa a probabilidade e os custos da resistência a pressões, fatores desestabilizadores e choques externos. Assim, quando o FMI pressiona pela maior liberalização e desregulamentação da economia brasileira, os governantes do Brasil não resistem (argumento válido para FHC, Lula et caterva). O mesmo acontece quando o Banco Mundial pressiona pelo enfraquecimento de políticas sociais universais a favor de políticas localizadas. As políticas de ajuste macroeconômico, tão ortodoxas quanto incompetentes, provocam crises cambiais recorrentes e, portanto, levam à desestabilização crônica e criam sérios desequilíbrios na economia (degradação das finanças públicas, aumento do desemprego, queda de investimento, desmonte do aparelho produtivo, gargalos na matriz de produção, baixo crescimento econômico, maior concentração de riqueza e renda, desnacionalização etc.). Esses problemas econômicos causam o esgarçamento do tecido social. Isso ocorre, principalmente, devido ao comprometimento das finanças públicas via pagamento de juros absurdos para credores internacionais e rentistas nacionais. O enfraquecimento da rede de seguridade social é evidente com a degradação da educação, saúde e previdência. O esgarçamento social também é evidente com o aumento extraordinário do crime, tráfico de drogas, violência e degradação ambiental. No mundo do trabalho a deterioração é crescente, a partir da desregulamentação e do desempenho medíocre da economia. Freqüentemente, observam-se longos períodos de queda do rendimento médio real do trabalhador, associados ao aumento do desemprego e à tendência de maior precarização das condições de trabalho. Nesse quadro, agrava-se a segregação do espaço urbano. Os processos de favelização, suburbanização e periferização tomam novas configurações. Isso ocorre nas dimensões econômica, política, social, ambiental e cultural. Essas diversas dimensões aparecem nos estudos dessa coletânea. Na realidade, fica cada vez mais evidente que o espaço urbano é o lócus imediato de rebatimento das transformações globais, das políticas públicas (inclusive de habitação popular) e do trabalho social. O trabalho social, por seu turno, envolve a mediação entre as instituições públicas e os "condenados" ao espaço urbano segregado. Nas favelas, nos cortiços ou nos conjuntos habitacionais a intervenção do trabalho social tende a ser instrumental tanto na remoção quanto na urbanização. Esse trabalho tende a estar focado na facilitação dos arranjos territorial (regularização fundiária), urbanístico (embelezamento) e infra-estrutural (saneamento, lazer, vias de comunicação, creches, escolas etc.), bem como nas tradicionais atividades de ação educativa e assistência. No contexto da globalização neoliberal, a segregação do espaço urbano é acompanhada da degradação da situação econômica e do esgarçamento do tecido social. Na realidade, trata-se de uma endocausalidade, pois a segregação aprofunda-se com a degradação e o esgarçamento, ao mesmo tempo em que esses aumentam com a segregação do espaço urbano. A especificidade e a importância desse livro estão marcadas na valorização do trabalho de intervenção social. Isso é particularmente importante no caso brasileiro em que a fragilização do Estado tem tido sérias conseqüências econômicas, políticas, sociais, culturais e quanto ao uso do território. O Estado é a principal instituição criada pelo ser humano. O Estado tem o monopólio da força, da tributação e da moeda, além da capacidade de regular as relações dos homens com outros homens, com as coisas e a natureza, inclusive a ocupação e o uso do território. Com a globalização neoliberal há a fragilização do Estado. Não é por outra razão que na discussão recente sobre sustentabilidade, além dos temas do meio ambiente e da exclusão social, introduziu-se o tema da governança e da participação popular na gestão da coisa pública. A fragilização do Estado aumenta riscos e incertezas, provoca desesperança e degrada expectativas quanto ao futuro. O ser humano sente e experimenta estar menos protegido. Como compensação, há a revitalização das outras duas importantes instituições de proteção do homem: a igreja e a família. Essa revitalização é observada claramente nos espaços urbanos, principalmente, naqueles ocupados pelos grupos sociais de miseráveis, pobres e quase-pobres. Recorrer cada vez mais às igrejas e à instituição familiar pode tornar-se o foco da estratégia dominante de sobrevivência desses grupos sociais. A revitalização da igreja e da família implica na proteção subjetiva que serve para compensar a desproteção objetiva causada pela fragilização do Estado. Trata-se, aqui, de uma extraordinária transformação cultural e, portanto, de novos desafios nos planos da teoria e da prática. Temos, assim, novos desafios colocados pelas mudanças no papel do Estado e de outras instituições (públicas, públicas não-estatais e privadas), bem como nas estratégias de sobrevivência dos grupos sociais que sofrem a segregação do espaço urbano. Esperamos, então, que no futuro próximo os autores desse livro brindem-nos com mais uma interessante, útil e relevante coletânea de trabalhos marcados pela competência, criatividade e coragem da análise crítica. Reinaldo Gonçalves
Autor(es):
GOMES, MARIA DE FATIMA CARDOSO;PELEGRINO
Dimensões:
21,0cm x 14,0cm x 2,0cm
Páginas:
240
Código:
88484
Edição:
Ed. 1
Peso:
290
  • Informações do produto Seta - Abrir
    A interdisciplinaridade é o desafio colocado por este livro que tem como tema central a habitação popular e o trabalho social. Os trabalhos aqui reunidos usam diferentes enfoques e campos teóricos e metodológicos no âmbito do Serviço Social, Arquitetura, Sociologia e Antropologia. Ademais, a dinâmica da economia global permeia as análises. Trata-se de uma coletânea de estudos nos planos da teoria e da realidade concreta de casos específicos. Há uma ênfase no papel das políticas públicas relacionadas à habitação popular e, mais especificamente, ao papel do assistente social nas ações de intervenção urbanística. O principal mérito dessa coletânea de artigos é ter um claro eixo estruturante, a saber, a segregação do espaço urbano via favelização, suburbanização e periferização. Outra qualidade do livro é que as análises desses temas transcendem a dimensão territorial (espaço urbano) e desembocam no núcleo duro do mundo contemporâneo. Esse núcleo é marcado pelo fenômeno de globalização econômica caracterizada pela ocorrência simultânea de três processos: crescimento extraordinário dos fluxos internacionais de bens, serviços e capital; acirramento da concorrência internacional; e maior integração entre as economias nacionais. Esse fenômeno tem sido determinado pelas mudanças que têm ocorrido nos mundos da técnica e da política, bem como pelas exigências do próprio modo de produção capitalista. A ruptura do paradigma tecnológico e organizacional criou novas oportunidades de investimento e facilitou o controle de operações em escala global. No mundo da política, o destaque fica por conta da ascensão do neoliberalismo que marcou a "troca de sinais": onde, antes, havia protecionismo, regulamentação, planejamento e empresa pública, agora, passou a ter liberalização, desregulamentação, mercado e privatização. A expansão do capitalismo, por seu turno, exige cada vez mais um mercado ampliado, ou seja, o mercado global. Essas transformações globais, ao mesmo tempo em que geram oportunidades e uma agenda positiva de desafios, também criam e agravam sérios problemas econômicos e sociais, dando, inclusive, novas dimensões às questões urbanas. A China é um exemplo de país que, de uma forma ou de outra, tem sido relativamente bem-sucedido no enfrentamento dessas questões, com destaque para a redução da pobreza e da exclusão social. Por outro lado, há muitos países, com destaque para o Brasil, que foram capturados e submetidos ao "moinho satânico" do mercado global. O resultado imediato e evidente dessa submissão é a maior vulnerabilidade externa das economias nacionais. Essa vulnerabilidade representa a probabilidade e os custos da resistência a pressões, fatores desestabilizadores e choques externos. Assim, quando o FMI pressiona pela maior liberalização e desregulamentação da economia brasileira, os governantes do Brasil não resistem (argumento válido para FHC, Lula et caterva). O mesmo acontece quando o Banco Mundial pressiona pelo enfraquecimento de políticas sociais universais a favor de políticas localizadas. As políticas de ajuste macroeconômico, tão ortodoxas quanto incompetentes, provocam crises cambiais recorrentes e, portanto, levam à desestabilização crônica e criam sérios desequilíbrios na economia (degradação das finanças públicas, aumento do desemprego, queda de investimento, desmonte do aparelho produtivo, gargalos na matriz de produção, baixo crescimento econômico, maior concentração de riqueza e renda, desnacionalização etc.). Esses problemas econômicos causam o esgarçamento do tecido social. Isso ocorre, principalmente, devido ao comprometimento das finanças públicas via pagamento de juros absurdos para credores internacionais e rentistas nacionais. O enfraquecimento da rede de seguridade social é evidente com a degradação da educação, saúde e previdência. O esgarçamento social também é evidente com o aumento extraordinário do crime, tráfico de drogas, violência e degradação ambiental. No mundo do trabalho a deterioração é crescente, a partir da desregulamentação e do desempenho medíocre da economia. Freqüentemente, observam-se longos períodos de queda do rendimento médio real do trabalhador, associados ao aumento do desemprego e à tendência de maior precarização das condições de trabalho. Nesse quadro, agrava-se a segregação do espaço urbano. Os processos de favelização, suburbanização e periferização tomam novas configurações. Isso ocorre nas dimensões econômica, política, social, ambiental e cultural. Essas diversas dimensões aparecem nos estudos dessa coletânea. Na realidade, fica cada vez mais evidente que o espaço urbano é o lócus imediato de rebatimento das transformações globais, das políticas públicas (inclusive de habitação popular) e do trabalho social. O trabalho social, por seu turno, envolve a mediação entre as instituições públicas e os "condenados" ao espaço urbano segregado. Nas favelas, nos cortiços ou nos conjuntos habitacionais a intervenção do trabalho social tende a ser instrumental tanto na remoção quanto na urbanização. Esse trabalho tende a estar focado na facilitação dos arranjos territorial (regularização fundiária), urbanístico (embelezamento) e infra-estrutural (saneamento, lazer, vias de comunicação, creches, escolas etc.), bem como nas tradicionais atividades de ação educativa e assistência. No contexto da globalização neoliberal, a segregação do espaço urbano é acompanhada da degradação da situação econômica e do esgarçamento do tecido social. Na realidade, trata-se de uma endocausalidade, pois a segregação aprofunda-se com a degradação e o esgarçamento, ao mesmo tempo em que esses aumentam com a segregação do espaço urbano. A especificidade e a importância desse livro estão marcadas na valorização do trabalho de intervenção social. Isso é particularmente importante no caso brasileiro em que a fragilização do Estado tem tido sérias conseqüências econômicas, políticas, sociais, culturais e quanto ao uso do território. O Estado é a principal instituição criada pelo ser humano. O Estado tem o monopólio da força, da tributação e da moeda, além da capacidade de regular as relações dos homens com outros homens, com as coisas e a natureza, inclusive a ocupação e o uso do território. Com a globalização neoliberal há a fragilização do Estado. Não é por outra razão que na discussão recente sobre sustentabilidade, além dos temas do meio ambiente e da exclusão social, introduziu-se o tema da governança e da participação popular na gestão da coisa pública. A fragilização do Estado aumenta riscos e incertezas, provoca desesperança e degrada expectativas quanto ao futuro. O ser humano sente e experimenta estar menos protegido. Como compensação, há a revitalização das outras duas importantes instituições de proteção do homem: a igreja e a família. Essa revitalização é observada claramente nos espaços urbanos, principalmente, naqueles ocupados pelos grupos sociais de miseráveis, pobres e quase-pobres. Recorrer cada vez mais às igrejas e à instituição familiar pode tornar-se o foco da estratégia dominante de sobrevivência desses grupos sociais. A revitalização da igreja e da família implica na proteção subjetiva que serve para compensar a desproteção objetiva causada pela fragilização do Estado. Trata-se, aqui, de uma extraordinária transformação cultural e, portanto, de novos desafios nos planos da teoria e da prática. Temos, assim, novos desafios colocados pelas mudanças no papel do Estado e de outras instituições (públicas, públicas não-estatais e privadas), bem como nas estratégias de sobrevivência dos grupos sociais que sofrem a segregação do espaço urbano. Esperamos, então, que no futuro próximo os autores desse livro brindem-nos com mais uma interessante, útil e relevante coletânea de trabalhos marcados pela competência, criatividade e coragem da análise crítica. Reinaldo Gonçalves
  • Especificações Seta - Abrir
    Autor(es):
    GOMES, MARIA DE FATIMA CARDOSO;PELEGRINO
    Dimensões:
    21,0cm x 14,0cm x 2,0cm
    Páginas:
    240
    Código:
    88484
    Edição:
    Ed. 1
    Peso:
    290