Crianças e jovens dessa geração comunicam-se e interagem cada vez mais através de seus corpos, fazendo neles marcas que os identificam, os diferenciam, como tatuagens, pinturas nos cabelos e piercings. Os meios de comunicação e produtos que exploram questões de gênero e sexualidade são presença cada vez mais constante sobre meninos e meninas, indicando-lhes modos de proceder, produzindo verdades de uma geração. Entretanto, muitas vezes, professores esquecem que o corpo também aprende, como se fosse possível uma separação entre corpo e mente, ou não conversam com os alunos sobre alguns assuntos, pois não são temas "de aula". A escola não pode mais ficar em silêncio. Precisa e muito ajudá-los a refletir e a tomar decisões em questões muito sérias como da sexualidade, por exemplo, diante da infinidade de opções com as quais convivem todos os dias. Os autores desse livro contextualizam de forma admirável essa problemática, com cenas do cotidiano da escola, respostas de jovens à pesquisa na internet e outros contextos que a evidenciam. Percebe-se, através de seus textos, que não há como pensar em educação sem pensar nos "corpos" presentes na escola, sem refletir nas marcas neles impressas pelo espaço cultural e sem incluir, nas práticas pedagógicas, a temática do corpo, gênero e sexualidade.