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Cód. Produto: 167462

COOL MEMORIES - V. 3

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46

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Baudrillard nos surpreendeu algumas vezes com sua impertinente lucidez, e esses fragmentos incorporam material inusitado também. Partindo da posição do intelectual engajado clássico, hoje se considera mais escritor do que sociólogo; personifica mais o viajante e franco-atirador apreciador de um texto atuante e bem-cuidado do que o analista da sociedade de consumo. Vai longe o Baudrillard de O sistema dos objetos e Esquecer Foucault, bem-vindo o Baudrillard poeta do mundo. Em Cool Memories I e II ele já nos tinha dado o prazer de seus aforismos sagazes e cortantes, testemunhos de um mundo envolvido numa certa desconstrução poética, um agudo pessimismo velado, um ceticismo impiedoso acompanhado de uma nem sempre suave ironia. No presente volume, o globe-trotter Baudrillard sai da nevasca de Montreal para aterrissar nos corpos de Copacabana, discorre sobre a nulidade da Bienal de Veneza, lamenta nossa incapacidade de controlar o tempo e principalmente ataca as imbecilidades reinantes no cotidiano, mas também no mundo político e cultural. Mas é nos belos trechos onde aborda o ato de escrever que Baudrillard se expõe a um irresistível semi-harakiri público: "haveria muito a dizer sobre a prostituição das palavras, o esgotamento textual da língua...". E mais: "na escrita, é como no resto: é preciso atirar mais rapidamente que a própria sombra... ato reflexo que terminou antes de ter começado". Ou ainda: "a arte foi a transfiguração poética do real. A filosofia foi a transfiguração poética do conceito. O que é preciso transfigurar poeticamente daqui em diante é o desaparecimento disso tudo". Mas podemos também pegar Baudrillard no contrapé - um deslize? - pois parece acreditar em alguma coisa, sim: "Onde estão os cantos de Hölderlin...? (...) Os Deuses foram expulsos. Seu espectro vaga nos desertos da pós-modernidade." Cava-se a descrença, encontra-se Hölderlin! Um bom (re)começo para quem dizia recentemente ao editor, numa velha mesa de botequim em Higienópolis, São Paulo: "Tudo isso, todas essas páginas escritas, isso não tem a mínima importância."
Autor(es):
BAUDRILLARD, JEAN
Dimensões:
21,0cm x 14,0cm x 1,2cm
Páginas:
168
ISBN:
9788574480183
Código:
167462
Código de barras:
9788574480183
Edição:
Ed. 1 / 2000
Peso:
214
  • Informações do produto Seta - Abrir
    Baudrillard nos surpreendeu algumas vezes com sua impertinente lucidez, e esses fragmentos incorporam material inusitado também. Partindo da posição do intelectual engajado clássico, hoje se considera mais escritor do que sociólogo; personifica mais o viajante e franco-atirador apreciador de um texto atuante e bem-cuidado do que o analista da sociedade de consumo. Vai longe o Baudrillard de O sistema dos objetos e Esquecer Foucault, bem-vindo o Baudrillard poeta do mundo. Em Cool Memories I e II ele já nos tinha dado o prazer de seus aforismos sagazes e cortantes, testemunhos de um mundo envolvido numa certa desconstrução poética, um agudo pessimismo velado, um ceticismo impiedoso acompanhado de uma nem sempre suave ironia. No presente volume, o globe-trotter Baudrillard sai da nevasca de Montreal para aterrissar nos corpos de Copacabana, discorre sobre a nulidade da Bienal de Veneza, lamenta nossa incapacidade de controlar o tempo e principalmente ataca as imbecilidades reinantes no cotidiano, mas também no mundo político e cultural. Mas é nos belos trechos onde aborda o ato de escrever que Baudrillard se expõe a um irresistível semi-harakiri público: "haveria muito a dizer sobre a prostituição das palavras, o esgotamento textual da língua...". E mais: "na escrita, é como no resto: é preciso atirar mais rapidamente que a própria sombra... ato reflexo que terminou antes de ter começado". Ou ainda: "a arte foi a transfiguração poética do real. A filosofia foi a transfiguração poética do conceito. O que é preciso transfigurar poeticamente daqui em diante é o desaparecimento disso tudo". Mas podemos também pegar Baudrillard no contrapé - um deslize? - pois parece acreditar em alguma coisa, sim: "Onde estão os cantos de Hölderlin...? (...) Os Deuses foram expulsos. Seu espectro vaga nos desertos da pós-modernidade." Cava-se a descrença, encontra-se Hölderlin! Um bom (re)começo para quem dizia recentemente ao editor, numa velha mesa de botequim em Higienópolis, São Paulo: "Tudo isso, todas essas páginas escritas, isso não tem a mínima importância."
  • Especificações Seta - Abrir
    Autor(es):
    BAUDRILLARD, JEAN
    Dimensões:
    21,0cm x 14,0cm x 1,2cm
    Páginas:
    168
    ISBN:
    9788574480183
    Código:
    167462
    Código de barras:
    9788574480183
    Edição:
    Ed. 1 / 2000
    Peso:
    214