O túmulo de Tutancâmon foi, sem dúvida, a maior descoberta arqueológica de todos os tempos; entretanto, todos sabem que esse fabuloso achado foi cercado de problemas. A morte prematura de Lorde Carnarvon logo após a abertura da tumba e sua ânsia por tudo que fosse oculto rapidamente originaram rumores de uma maldição. Além disso, a presença de certos tesouros de arte em museus espalhados pelos Estados Unidos é prova de que Howard Carter e seu aristocrático protetor removeram objetos inestimáveis da tumba. O que não se pode comprovar é a afirmação segundo a qual também existiriam papiros que continham o verdadeiro relato do Êxodo bíblico dos israelitas do Egito entre os deslumbrantes tesouros que Carter e Carnarvon descobriram. Por que Carter ameaçou revelar essas informações bombásticas ao público em uma reunião com um emissário do governo britânico no Cairo pouco depois da descoberta da tumba? Numa época em que a hostilidade dos árabes para com o apoio britânico à fundação de um Estado judeu na Palestina chegava às ruas de Jerusalém e Jaffa, tal iniciativa por parte do impulsivo inglês podia ter causado distúrbios imprevisíveis no Oriente Médio. A existência dos controvertidos papiros, e o pano de fundo de seu teor explosivo são o tema desse livro que analisa a era de Tutancâmon e sua relação com o relato bíblico do Êxodo. Segue-se uma retrospectiva da situação de Israel desde seu cativeiro nas mãos do Faraó até os eventos que cercaram a fundação do estado judeu moderno de Israel. É uma investigação que leva os autores a pintarem um quadro inteiramente novo de questões delicadas como o êxodo do Egito, a conquista de Canaã e as origens da religião judaica. Não só esses novos achados questionam o direito de Israel à Palestina, mas agora parece certo que, se o suposto conteúdo dos papiros houvesse sido divulgado, o curso da história mundial poderia ter se alterado. Além do mais, sabendo-se que Lorde Carnarvon exibiu diversos sinais de envenenamento tóxico durante seus últimos dias, e que ele tinha pleno conhecimento do teor dos documentos, os autores sugerem que não se pode desprezar a hipótese de que sua morte tenha sido, na verdade, proposital.