Em 24 estrofes de seis versos de nove sílabas, cada uma iniciando sequencialmente com uma letra do alfabeto, Cordel das lendas bovinas fala da presença do boi na vida dos homens, desde a Idade da Pedra até nossosdias. Entre outras, o livro aborda várias e díspares manisfestações bovinas, como, por exemplo: o boi da cara preta (canção para fazer criança dormir); o Minotauro (figura da mitologia, com corpo de homem e cabeça de touro); o signo de Touro, do horóscopo; o boi, "dono" da manjedoura onde Jesus nasceu; o Boi Caprichoso, de Parintins, e vários outros, sempre buscando a intertextualidade e a unidade que nasce da diversidade. O autor traz já desde o título do livro a literatura de cordel, resgatando esse tipo de poesia popular, marcado pela oralidade (daí a importância das rimas) e apresenta-o aos leitores devidamente atualizado, com temática que transcende o universo nordestino ao qual está habitualmente associado. As ilustrações de Graça Lima seguem as imagens típicas da literatura de cordel, com traços grossos, de forte impacto visual.