Ele largou a faculdade de Direito para surfar no Havaí. A mãe e os amigos chegaram a pensar que tinha perdido a razão, mas Rico só estava indo atrás de seu sonho. Com muita garra, ele venceu na vida - e as ondas - e hoje é considerado o embaixador do surf brasileiro. A experiência desse eterno garoto dentuço que, nos anos 70, abrasileirou definitivamente o surf com suas manobras radicais e estilo de vida saudável, está reunida em Boas Ondas, do surfista e empresário Rico de Souza. Este livro chega às livrarias pela Ediouro e vem preencher uma lacuna no mercado editorial. "Não se aprende a surfar lendo, porém muitos conceitos podem ser passados de maneira teórica, já que o surf está chegando de maneira definitiva até mesmo nas universidades", afirma Rico. Mais do que um esporte, o surf é um estilo de vida. Ama-se a natureza, preserva-se o mar e investe-se em qualidade de vida. "Antes do prazer, emoção e condicionamento, o surf forma uma ligação da nossa energia tridimensional: corpo/mente/espírito. Esta magia é que na verdade encanta imediatamente qualquer felizardo que a conheça, tornando-a para sempre uma referência de uma maneira de viver. Rico de Souza é uma fonte deste precioso néctar de vida", afirma o jornalista e autor da orelha, Romeu Andreatta. Com mais de sete mil quilômetros de extensão e cerca de duas mil praias, o litoral brasileiro é um dos melhores lugares no mundo para surfar. E o mais importante: a idade não importa. "Acredito, sinceramente, que o surf é um esporte que pode ser praticado dos 6 aos 80 anos. Basta disposição, amor pelo esporte e pela vida", diz Rico. "Com o equipamento certo e o mar em boas condições, é fácil aprender a surfar, desde que se faça treinamento constante", explica. Boas Ondas - Surfando com Rico de Souza conta a história do surf no Brasil e no mundo e acaba de vez com o preconceito de algumas pessoas, que insistem em achar que surfista é malandro. A história do surf e de Rico provam que o esporte exige muita perseverança e disciplina. O autor conta, por exemplo, o que passou quando foi disputar um mundial na Califórnia, em 1972: "Como todos, eu pensava que só encontraria ondas perfeitas e um sol acolhedor. Na realidade, fazia muito frio e o 'hotel' era a garagem da casa de um amigo, distante quase duas horas da praia. Como não tinha carro, chegar até a praia era um problema".