Como se explicam as extraordinárias habilidades de representação artística, cálculo matemático, memorização de nomes ou reprodução de seqüências melódicas ao piano de pessoas com deficiência mental ou autismo? Tomando como pano de fundo a literatura que discute e contextualiza historicamente tais habilidades, esse livro ricamente ilustrado apresenta a produção artística de Frederico, um jovem com deficiência múltipla que, desde pequeno, cativou o interesse dos profissionais que atuaram com ele. A autora investigou a amplitude de seu léxico gráfico-visual, as fontes visuais que alimentavam seu "armazém de imagens" e as estratégias de representação de profundidade que ele utilizava para solucionar os problemas de organização espacial. No Brasil, onde são quase inexistentes as publicações sobre o trabalho de arte com deficientes, esse livro vai além da apresentação de um caso para refletir sobre as implicações educacionais e profissionais nesse campo pioneiro do ensino de Arte na Educação Especial.