Em Amilcar de Castro, Mira Schendel, Sergio Camargo, Willys de Castro, os curadores Rodrigo Naves e Tiago Mesquita reúnem o que há de mais característico e rico na obra desses expoentes da expressão geométrica e construtivista. As 75 obras retratadas na publicação permitem conformar um quadro nítido das singularidades, complexidades e até convergências dos trabalhos desses influentes artistas, nomes centrais na arte brasileira produzida na segunda metade do século XX. "Quanto a esses quatro artistas, penso na constante e renovada tentativa de, a partir de uma unidade forte inicial, cindi-la e rearticulá-la. Ela pode ser os cilindros que Sergio Camargo secciona e remonta. Ou as chapas de ferro que Amilcar de Castro retira da inércia ao cortá-las e dobrá-las. Ou então os enigmas visuais propostos por Willys de Castro, que, com um leve deslocamento na cor de seus Objetos ativos, põe em cheque as serenas divisões entre frontalidade e profundidade. Mira Schendel trilhou outros caminhos. No entanto, o recurso constante às séries aponta uma preocupação relativa aos múltiplos resultados de intervenções semelhantes - as centenas de desenhos em papel de arroz, por exemplo. Para Mira, a unidade formal era dada pelas inúmeras possibilidades abertas por um procedimento sutil. E não pela completude de um procedimento que demonstrasse sua coerência."