Já vai longe o tempo em que era perigoso dizer que o sol, e não a terra, estava no centro do universo conhecido, ou que o homem era resultado de uma longa evolução das espécies. Neste livro, o americano John Hudson Tiner mostra como a ciência destruiu mitos e lendas, eliminou doenças e tornou a vida bem mais confortável. E o melhor, com um texto simples e didático, mesmo quando trata de temas mais complexos, como engenharia genética e radioatividade. Entre o teorema do grego Pitágoras e os estudos cosmológicos do americano Stephen Hawking, passando por Arquimedes, Darwin, Thomas Edison e Isaac Newton, o autor dedica espaço a sete cientistas brasileiros: Adolpho Lutz, Vital Brazil, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Manuel de Abreu (inventor da abreugrafia), Mário Schenberg (considerado por Einstein um dos dez maiores cientistas do mundo), César Lattes e Roberto Landell de Moura, que teria realizado as primeiras transmissões radiofônicas do mundo, um ano antes do italiano Marconi, mas que por atraso no registro da patente perdeu a glória da descoberta para o italiano. Um aspecto curioso do livro é perceber como muitos dos cientistas que mais tarde seriam celebrizados nasceram pobres, não foram bons alunos e morreram abandonados e desprezados. Como foi o caso do próprio Landell de Moura. "A Igreja o criticava por se dedicar à ciência e alguns o consideravam louco. Morreu no anonimato, de tuberculose". Outra situação comum, observada nos textos de Tiner, que já escreveu dezenas de livros sobre o tema, é o desprezo e a ridicularização que muitos dos cientistas sofreram, inclusive dos próprios colegas, como foi o caso de Eduard Jenner, inventor da vacina, Louis Pasteur e, aqui no Brasil, de Oswaldo Cruz, que enfrentou a "Revolta da Vacina", no Rio de Janeiro, em 1904, diante de sua campanha de vacinação obrigatória e eliminação dos ratos. O tempo provou, como para todos os outros cientistas estudados neste livro, que ele estava mais do que certo.